quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A PROBLEMÁTICA DO SOFRIMENTO

Uma das grandes indagações que as pessoas fazem a Deus é sobre a razão de sua permissão para a existência do sofrimento, e muitas delas culpam o Eterno por isso. Porém, elas precisam saber que, após o pecado de Adão e Eva, o sofrimento tornou-se uma realidade na vida do homem e trouxe conseqüências trágicas para a humanidade: os espinhos e abrolhos, o trabalho árduo do homem, as dores de parto (Gn.3.17-20), e a morte, a maior conseqüência do pecado. Comprovamos isso em Rm. 6.23, que diz: “O Salário do pecado é a morte...”.

Depois da Queda, o sofrimento passou a fazer parte da vida de todos os mortais, e por isso ele deve ser analisado sob diversos aspectos: teológico, social, econômico, entre outros. Por esta análise, observamos que há diversos tipos de sofrimentos: consecutivo, punitivo, corretivo, instrutivo e redentivo. Ao estudarmos cada um deles, veremos que Deus os utiliza, muitas vezes, para corrigir o homem, e que cada um deles tem causas e objetivos específicos.

O SOFRIMENTO CONSECUTIVO, por exemplo, é resultado dos erros do próprio homem. Um exemplo disso são as enfermidades causadas pelo vício, pela ingestão de alto teor de gordura, e até mesmo pelas más ações dos homens, como, por exemplo, a mentira, a calúnia e a desobediência às leis humanas e divinas. O sofrimento consecutivo está na lei da semeadura (Gl. 6.7,8): “... Tudo o que o homem semear, isso também ceifará. O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna”.

HÁ, TAMBÉM, O SOFRIMENTO CORRETIVO, que é permitido por Deus para levar o homem a deixar suas más ações. Provérbios 3.11 diz: “Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da sua repreensão. Porque o Senhor corrige aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem”. Hebreus 12.5,6 também confirma que o sofrimento corretivo é resultado do amor de Deus, e tem como objetivo levar o homem a deixar seus erros.

Um outro tipo de sofrimento, O PUNITIVO, é aplicado por Deus ao homem, quando esse não quer deixar a impiedade e a perversidade. Um exemplo desse sofrimento é o cativeiro babilônico, período de 70 anos no qual o povo judeu ficou cativo na Babilônia por ter seguido a impiedade e ter desobedecido a Deus. Precisamos entender, porém, que na maioria das vezes, o sofrimento punitivo é aplicado por Deus para as pessoas más, que humilham as outras, que perseguem o justo, que roubam os pobres.

Há, ainda, os sofrimentos INSTRUTIVO E REDENTIVO. O sofrimento instrutivo é assim chamado porque não acontece como resultado de erros do homem ou da ira de Deus, mas porque ele é permitido pelo Altíssimo, com o objetivo de nos ensinar verdades do Senhor. Através dele, Deus revela facetas do seu caráter, do seu poder e da sua sabedoria. Um exemplo desse sofrimento é encontrado em Marcos 4.35-40, no qual observamos os discípulos em meio a uma tempestade e como Jesus a acalmou. Essa ação de Cristo deixou os discípulos surpresos, pois não sabiam que Jesus podia acalmar uma tempestade. Vemos, com isso, que o Mestre utilizou um sofrimento (a tempestade) para ensinar algo aos discípulos (sua capacidade de acalmar tempestades). O sofrimento redentivo, por sua vez, tem por objetivo beneficiar alguém. O maior exemplo desse tipo de sofrimento é a morte de Cristo que nos salvou. Um outro exemplo nós encontramos nas perseguições causadas pela pregação da Palavra. Aqui os pregadores sofrem para salvar vidas do pecado, e isso é um sofrimento redentivo.

A Deus toda a glória!
Prof. João Moreno de Souza Filho.

Texto extraído do meu livro: Livros Poéticos, A Excelência da Fé, do Louvor, da Sabedoria e do Amor, publicado pelo IBAD.

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